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  • As coisas que fazemos por amor, Kristin Hannah



    Sinopse: Caçula de três irmãs, Angela DeSaria já tinha traçado sua vida desde pequena: escola, faculdade, casamento, maternidade. Porém, depois de anos tentando engravidar, o relacionamento com o marido não resistiu, soterrado pelo peso dos sonhos não realizados. Após o divórcio, Angie volta a morar na sua cidade natal e retorna ao seio da família carinhosa e meio doida. Em West End, onde a vida vai e vem ao sabor das marés, ela conhece a garota que mudará a sua vida para sempre. Lauren Ribido é uma adolescente estudiosa, bem-educada e trabalhadora. Apesar de morar em uma das áreas mais decadentes da cidade com a mãe alcoólatra e negligente, a menina sonha cursar uma boa faculdade e ter um futuro melhor. Desde o primeiro momento, Angie enxerga em Lauren algo especial e, rapidamente, uma forte conexão se forma: uma mulher que deseja um filho, uma menina que anseia pelo amor materno. Porém, nada poderia preparar as duas para a repercussão do relacionamento delas. Numa reviravolta dramática, Angie e Lauren serão testadas de forma extrema e, juntas, embarcarão em uma jornada tocante em busca do verdadeiro significado de família.

    Olá, amigos leitores! Tudo bem com vocês?

    Quando vejo um  livro da Kristin Hannah eu nem demonstro interesse em ler a sinopse...Peço no escuro, leio no escuro e até hoje não me decepcionei. Esta é uma autora que gosto muito e que tenho enorme prazer em ler, sentir e pensar com as suas narrativas. Os personagens e as suas histórias são envolventes e trazem sempre temas muito próximos e significativos para as nossas vidas. Eu gosto de livros assim, que nos põem para pensar.

    Em As coisas que fazemos por amor temos a oportunidade de conhecer Angela DeSaria. Angie é a caçula de três irmãs e faz parte de uma família de origem italiana, o que podemos chamar de “A Grande Família”. Barulhentos, emotivos, agitados e dando palpites o tempo todo, os DeSaria são também amorosos e acolhedores como toda grande família deve ser.  

    Angie é uma mulher metódica, senhora de sua própria vida, que renega um pouco esse jeito tão expansivo de sua família. Sempre soube o que queria de sua vida e planejou a profissão, o casamento e claro, os seus filhos. Casada com Conlan, ela buscava também construir a sua própria família. Só que nem tudo saiu conforme tinha planejado, essa é grande frustração dos metódicos. A vida é de viés, já dizia o poeta e Angie viu os seus sonhos, o seu casamento e sua almejada maternidade desmoronando.


    Após anos tentando engravidar sem sucesso, dois abortos e um bebê que morreu logo após nascer, Angie e Conlan tentam o que muitos casais fazem: adotar um bebê.  Também não dá certo e todo esse desgaste emocional termina distanciando-os ao máximo, o que culmina em uma separação. E é a energia do recomeço e a necessidade de salvar o restaurante da família que está prestes a falir que trazem Angie de volta à sua cidade natal: West End. Uma cidade litorânea e cheia de lindas paisagens que traz lembranças do passado e reconecta Angie à sua origem.

    Do outro lado, conhecemos nossa outra protagonista, Lauren Ribido. Com apenas 17 anos, ela é uma adolescente estudiosa, trabalhadora e muito esforçada. Filha de lar destroçado pelo alcoolismo e pela ausência paterna, ela vê nos estudos o passaporte para mudar a sua história e transformar o seu futuro. Lauren é apaixonada por David, seu namorado, e sonha em poder compartilhar seus sonhos com ele.    Porém, seus mundos são bem diferentes, há um abismo social que os separa, já que para David é tudo mais fácil, oriundo de uma família abastada, ele tem todas as chances e oportunidades que foram negadas à Lauren.

    Angie conhece Lauren por acaso e algo muito especial as conecta. Suas solidões e faltas se espelham: Angie sonha com uma maternidade roubada e Lauren sofre pela falta de um amor materno que lhe dê suporte e proteção. Ela faz de tudo para ajudar a menina. Porém a vida traz inúmeras reviravoltas que confrontam as duas e exige delas coragem, desafiando os seus valores mais intrínsecos. 





    Essa foi uma história que me emocionou e que me tocou muito. A maternidade é quase um dogma instituído pela nossa sociedade e as mães são sempre estas criaturas doces, compreensivas e afetuosas que tudo suportam e que tudo sabem. Mas isso é um ledo engano e ser mãe é algo aprendido pelo coração e pelo cotidiano, algo que transcende as simples experiências do gestar. Em As coisas que fazemos por amor podemos ver as maternidades que se confrontam, o abandono versus a vontade incipiente de amar e as complexidades envolvidas neste processo.

    As personagens são ricas e muito bem construídas ao longo da narrativa, de modo que logo nas primeiras páginas nos vemos acompanhando cada sentir e torcendo pelas idas e vindas de cada uma delas. A narrativa em 3ª pessoa também amplia o olhar sobre a história, fazendo com que a complexidade da trama possa ser absorvida de forma mais simples e leve, é como se tivéssemos ouvindo uma história ou se estivemos lá observando tudo de longe.

    Hannah é mestra em escrever de forma simples, porém rica e envolvente. Além disso, a diagramação e a disposição dos capítulos ajudam a leitura a fluir de forma impressionante, tanto que nem parece que você leu quase 400 páginas. Por fim, reitero a minha admiração à esta autora que nos presenteia com uma história que fala de afeto, família, maternidade e, acima de tudo, de amor.

    1 comentários :

    1. Eu já ouvi falar em vários livros dessa autora mas nunca li nada dela não sabia que o livro falava a respeito disso eu achei bem tocante e eu só espero que a leitura não seja tão carregada porque acho que isso Tiraria o encanto da história mas com certeza vou ver ele ainda esse mês se possível Apesar de eu não ser muito fã de livros em terceira pessoa

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