Lançamento: Liturgia do Fim, Marilia Arnaud
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Literatura Brasileira,
Marília Arnaud,
Tordesilhas
SINOPSE:
Inácio, escritor e professor universitário, um homem assombrado pela memória e pelos fantasmas de um segredo familiar, abandona a mulher e a filha, as salas de aula e a literatura para voltar a Perdição, lugar onde nasceu e viveu até os 18 anos. Com essa idade foi expulso de casa pelo pai, um homem rude e autoritário que educou os filhos com rigor e frieza. Numa narrativa descontinuada e sinuosa, em que presente e passado se alternam e se misturam, Inácio narra a infância e a adolescência em Perdição, a vida em família, a relação difícil com o pai, o terno entendimento com a mãe, a obsessão pela tia louca, os medos noturnos, o primeiro e único amor, a paixão pelos livros.
Sobre a obra:
A par do enredo bem construído de Liturgia do fim, Marilia Arnaud mostra um domínio excepcional da língua, revestindo a brutalidade da vida em Perdição com uma prosa lírica e um vocabulário de extraordinária e rara beleza, que, conforme diz a também escritora Maria Valéria Rezende, vencedora do prêmio Jabuti 2015 na categoria Livro do Ano de Ficção, “escapa de maneira brilhante de uma das armadilhas que ameaçam boa parte de nossa literatura, o achatamento e encurtamento de nossa extensa e preciosa língua, em nome de uma suposta oralidade”.
Inácio, escritor e professor universitário, um homem assombrado pela memória e pelos fantasmas de um doloroso segredo familiar, abandona a mulher e a filha, as salas de aula e a literatura para voltar a Perdição, lugar onde nasceu e viveu até os 18 anos e de onde foi expulso trinta anos antes pelo pai, um homem rude e autoritário que educou os filhos com rigor e frieza. Restam na velha casa da fazenda apenas o pai e Damiana, a criada de toda uma vida. A mãe, as irmãs Tereza e Ifigênia, tia Florinda e seu filho Felinto estão mortos e habitam apenas as lembranças de Inácio – ora doces, ora amargas. Incapaz de esquecer, Inácio desiste de fugir, volta para finalmente enfrentar a violência do pai e decide colocar sua história papel. Numa narrativa descontinuada e sinuosa, em que presente e passado se alternam e se misturam, Inácio vai narrando a infância e a adolescência em Perdição, a vida em família, a relação difícil com o pai, o afeto pela mãe e a obsessão pela tia louca, os medos noturnos, o primeiro e único amor, a paixão pelos livros.
Quarenta anos depois do lançamento de Lavoura arcaica, do escritor Raduan Nassar, a paraibana Marilia Arnaud traz à luz Liturgia do fim, romance no qual também disseca um núcleo familiar baseado numa estrutura patriarcal e rural, no qual ecoa um forte caráter bíblico. Segundo ainda Maria Valéria Rezende, “a coincidência da temática entre os dois romances diz algo de muito importante: o combate pela humanização das relações familiares e sociais é longo, duro, inescapável, inadiável”. Não poderia chegar em melhor hora esta história do Brasil profundo e machista que não apenas não morre, como parece estar ganhando mais força.
Sobre a autora:
Marilia Arnaud é paraibana de Campina Grande, mas mora em João Pessoa. Graduou-se em Direito (UFPB) e trabalha no Tribunal Regional do Trabalho da Paraíba. Começou a vida literária na década de 1980, escrevendo crônicas para jornais paraibanos que acabaram sendo publicadas no livro Sentimento marginal (Produção independente, 1987). A menina de Cipango, seu primeiro livro de contos, venceu o I Concurso Literário da Secretaria de Cultura do Estado da Paraíba – Prêmio José Vieira de Melo, e foi editado em 1994. Já a coletânea de contos Os campos noturnos do coração foi vencedora do concurso promovido pela Universidade Federal da Paraíba – Prêmio Novos Autores Paraibanos, e publicada 1996. O livro dos afetos saiu pela 7 Letras em 2005.
Participou de várias coletâneas de contos: Mais 30 Mulheres que estão fazendo a nova literatura brasileira (Editora Record, Rio de Janeiro, 2005), Contos cruéis – As narrativas mais violentas da literatura brasileira contemporânea (Geração Editorial, São Paulo, 2006), Quartas histórias – Contos baseados em narrativas de Guimarães Rosa (Editora Garamond, Rio de Janeiro, 2006) e Capitu mandou flores – Contos para Machado de Assis nos cem anos de sua morte (Editora Geração Editorial, São Paulo, 2008). Suíte de silêncios (Editora Rocco, 2012) foi sua estreia no gênero romance.
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Parece ser incrível!
ResponderExcluirgrandemetamorphose.blogspot.com.br
Sim, acredito que sim. A autora é incrível e em breve tem resenha dele aqui no blog. Um abração!
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