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  • Conversa de Poesia #1: Orides Fontela

    Olá amigos leitores! 

    Tudo bem com vocês? 

    Hoje eu venho aqui iniciar um projeto que há tempos já quero colocar em prática que é o Conversa de Poesia. Eu percebi que este gênero, apesar de muito lido por mim não é expresso aqui no blog. Na verdade eu adoro poesia, mas tenho falado muito pouco ou quase nada dela para vocês. Assim, projetei que toda sexta-feira (sempre que o tempo e as corridas horas me permitirem) trarei para vocês um poeta, um pouco de sua obra e de sua biografia. Vou dar preferência a poetas brasileiros, mas também haverá espaço para os estrangeiros. 

    A poetisa de hoje é a Orides Fontela. Vamos conhecer um pouco mais de sua vida e obra? 

    Orides de Lourdes Teixeira Fontela nasceu em São João da Boa Vista, interior de São Paulo, em 21 de abril de 1940. Começou a escrever poemas aos sete anos de idade. Como ela mesma dizia, sua família "não tinha base cultural, meu pai era operário analfabeto, de modo que a cultura que peguei foi na base do ginásio, escola normal e leitura". Aos 27 anos, deixou sua cidade natal e veio morar em São Paulo, com dois sonhos na cabeça: entrar na USP e publicar um livro. Cumpriu os dois: fez Filosofia e publicou seu primeiro livro, Transposição , com a ajuda do professor Davi Arrigucci Jr., seu conterrâneo. Depois de formada, foi professora do primário e bibliotecária em escolas da rede estadual de ensino. Publicou ainda Helianto (1973), Alba (1983), Rosácea (1986), Trevo 1969-1988 (1988) e Teia (1996). Com Alba , recebeu o prêmio Jabuti de Poesia, em 1983; e com Teia , recebeu o prêmio da Associação Paulista de Críticos de Arte, em 1996. Sempre com dificuldades financeiras, no final da vida, acabou sendo despejada de seu apartamento no centro da cidade e foi viver com sua amiga Gerda na Casa do Estudante, um velho prédio na Avenida São João. Era uma pessoa irritadiça e muitas vezes se meteu em encrencas, brigando com seus melhores amigos. Morreu em Campos de Jordão, aos 58 anos, no dia 4 de novembro de 1998, de insuficiência cardiopulmonar, na Fundação Sanatório São Paulo. 


    Fala


    Tudo
    será difícil de dizer:
    a palavra real
    nunca é suave.


    Tudo será duro:
    luz impiedosa
    excessiva vivência
    consciência demais do ser.


    Tudo será
    capaz de ferir. Será.
    agressivamente real.
    Tão real que nos despedaça.


    Não há piedade nos signos
    e nem no amor: o ser
    é excessivamente lúcido
    e a palavra é densa e nos fere.


    (Toda palavra é crueldade)

     
    O espelho

    O
    espelho: atra
    vés
    de seu líquido nada
    me des
    dobro.

    Ser quem me
    olha
    e olhar seus
    olhos
    nada de
    nada
    duplo
    mistério.

    Não amo
    o espelho: temo-o

    Espero que tenham gostado e deixem aqui algumas sugestões de poetas que podemos trazer para o Conversa de Poesia. Um beijo a todos e Boas Leituras! 

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