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  • Carta a D., André Gorz




    Olá amigos leitores, tudo bem?

    Um pouco atrasada mas por aqui, apresento a primeira resenha do Desafio Literário 2013. No mês de janeiro o tema era livre, então escolhi este pequeno grande livro que é Cartas a D., de André Gorz. Chamo de "pequeno grande livro", pois nas suas parcas 58 páginas o autor consegue nos brindar com uma linda história de amor, companheirismo e delicadeza. 

    O livro é uma espécie de baú de recordações, escrito pelo autor para a sua esposa, Dorine, com quem conviveu por quase sessenta anos. Este é o último livro do autor e marca não apenas a história de amor deles dois como também faz um apanhado geral da carreira e vida social e política de ambos. O livro foi escrito em 2006 e em setembro de 2007 André e Dorine cometem suicídio, partindo juntos assim como juntos viveram praticamente toda uma vida.

    O livro , já em sua página inicial, angustia-nos com a força de um amor que vibra e não se deteriora e nem muda com o passar do tempo: 

    " Você está para fazer oitenta e dois anos. Encolheu seis centímetros , não pesa mais que quarenta quilos e continua bela, graciosa e desejável. Já faz cinquenta e oito anos que vivemos juntos e eu amo você mais do que nunca. De novo, carrego no fundo do me peito um vazio devorador que somente o calor dos eu corpo contra o meu é capaz de preencher." (p. 5)

    Gorz rememora o começo do relacionamento e nos apresenta um pouco da vida de Dorine, fazendo-nos entender a sincronia perfeita em que suas vidas caminhavam:

    "Desde os sete anos você soube que não poderia confiar em nenhum adulto. Nem na sua professora, que os eu padrinho tratava como uma imbecil  nem nos seus pais, que a faziam refém; nem no pastor que, numa das visitas que você fazia ao seu padrinho  pôs-se a vociferar contra os judeus. Você disse a ele: "Mas Jesus era judeu!". "Minha criança querida", redarguiu ele, "Jesus era filho de Deus". (p. 12) 


    O livro entrelaça o relacionamento de André e Dorine com fatos marcantes da vida social e política  daquela época, como também do crescimento de ambos em suas carreiras. Nos últimos anos de sua vida, Dorine  sofreu muito por causa de uma doença degenerativa,  que lhe causava terríveis dores. Ela também descobriu que estava com câncer no endométrio. Os remédios a faziam sentir-se dependente e ela optou por enfrentar a vida de frente, isolando-se junto com André, em uma casa nos arredores de Paris, onde recebia amigos e tentava preencher os dias. Também teve câncer do endométrio e aos poucos a sua saúde foi ficando cada vez mais comprometida. André tinha em Dorine muito mais que uma companheira. Era uma força que o mobilizava a enfrentar o estranhamento da vida. E então, como um ato de amor, escolhem partirem juntos desta vida. Na certeza de que o sentir que os unia não seria jamais ceifado, nem mesmo com a morte.  



    "Eu vigio a sua respiração, minha mão toca em você. Nós desejaríamos não sobreviver um à morte do outro. Dissemo-nos sempre, por impossível que seja, que, se tivéssemos uma segunda vida, iríamos querer passá-la juntos." (p. 52). 

    É um livro sobre o qual é  difícil  escrever , pois é carregado de sentimentos e nos faz pensar sobre o amor e a morte. Delicado e ao mesmo tempo triste, a história de um amor real e pungente, como poucos que já vi. Amei! 

    Um pouco mais sobre o autor:

    Nascido em Viena, em 1923, com o nome de Gerard Horst, André Gorz, considerado como um pensador da ecologia política e do anticapitalismo, é autor de livros traduzidos para o português como "Misérias do presente, riqueza do possível", "Crítica da divisão do Trabalho" e "O Imaterial: Conhecimento, Valor e Capital".Em 1964, fundou a revista "Le Nouvel Observateur" (O Novo Observador), junto com o jornalista Jean Daniel. Ao se aposentar nos anos 90, se recolheu numa casa em Vosnon, a 35 km de Troyes, com sua mulher, que sofria uma grave doença degenerativa.
    Em 1941, foi co-diretor da revista "Les Temps Monderns" (Os tempos Modernos), com Jean Paul Sartre e Simone de Beeauvoir, entre outros. Em 1980, escreveu "Adeus ao proletariado", que produziu um grande impacto em toda a Europa e, na França, lhe rendeu o repúdio da Confederação Francesa Democrática do Trabalho (CFDT), onde ele atuava.
    André Gorz cometeu suicídio no dia 24 de setembro de 2007, aos 84 anos, porque sua mulher, Dorine, estava acometida de doença incurável, e segundo o próprio Gorz, não seria possível para ele viver um segundo sequer nesse mundo sem a presença e a companhia de sua amada.

    Fonte: Wikipedia

    11 comentários :

    1. Olá irmãos, como vão? viemos anunciar que será feito um sorteio quando o blog tiver 500 seguidores, e a página do blog no facebook tiver 500 curtidas será sorteado o livro "A Sombra da Serpente", Por isso não percam tempo curtam agora mesmo a página:
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    2. Nossa, uma estória forte, trágica e bonita. Não sei se leria o livro, mas achei interessante sua abordagem do real, mostrando um amor capaz de tudo. Ficou ótima sua resenha, parabéns!

      Bjs

      daimaginacaoaescrita.com

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    3. Acho que não ia gostar muito do livro, mas sua resenha ficou muito boa mostrando um lado gostosa da leitura que você fez, mas não é pra mim,
      beijos.

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    4. Adorei o livro com essa sua resenha, a história tem jeito de ser bem forte, curti.

      Bjks

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    5. Olá!
      Nossa que história intensa, de vida, de história, de amor!
      Mesmo tendo um desfecho triste ao que parece, já que eles se suicidaram, parecem ter vivido uma vida cheia e rica e encontrando o amor. Acho que no final não nos cabe julgar sua decisão final, só nos inspirarmos no seu amor e dedicação de uma vida toda. Que linda história!
      abraços
      Melissa
      http://decoisasporai.blogspot.com.br/

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    6. Ai que lindo!!
      Não conhecia esse livro.
      No meu desafio li Mulheres Inteligentes, Relações Saudáveis de Augusto Cury. A Rose do fabrica de convites, publicou a resenha, dá uma olhadinha: http://fabricadosconvites.blogspot.com.br/2013/02/desafio-literario-2013-bygladys.html#comment-798433127

      Bjo!

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    7. Não gostei muito da capa, mas o livro parece ser bem emocionante. Mas acho que não faz muito o meu estilo literário.
      beijos

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    8. Poxa, também não gostei da capa, mas gostei da história.

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    9. Não conhecia este livro.
      Mais é uma história de vida e de amor ao mesmo tempo bonita e triste.

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    10. Me interessei pelo livro,vou lê-lo o mais rapido que eu puder.

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    11. Gente, não sabia sobre a existência desse livro! Adorei a história! vou procurar correndo ele para ler *o*

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