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  • O sol vinha descalço, Eduardo Rosal



    Nestes tempos tão difíceis e secos, de aridez de emoções e onde o silêncio não é mais um alento, a poesia tem sido, como dizia Quintana: “um gole d’agua bebido no escuro”. Poesia é o meu gênero preferido e receber o livro de Eduardo Rosal – O sol vinha descalço – foi um presente. Gostei tanto, que li e reli e fiquei com ele por uns dias, entre um poema e outro, entre páginas, com esses poemas me abraçando por dentro. Deixando que este sol viesse e me deixasse descalça também.


    "O sol vinha descalço" é o livro de estreia de Eduardo Rosal e foi vencedor do Prêmio Maraã de Poesia 2015. A poesia de Eduardo é leve e sonora. Palavra e silêncio caminham juntos, ao mesmo tempo em que rompem paradigmas e modelos, num voo livre de versos e de estruturas.

    Seus temas permeiam a natureza, a renovação, o amor, as sensações do corpo e da alma. As palavras escolhidas pelo poeta acarinham-nos como se estivéssemos vendo uma linda paisagem. É grande e potente a sua força imagética: “A memória é uma ilha/cercada de futuros”. Sol, sombra, fumaça, são invólucros para o exercício de rememoração, além do confronto com a divindade que nos marca com a morte: “A terra na mão/o menino brinca/gerações/e gerações/o silêncio/sabe de cor//Terra—/memória/que não esqueço/de apertar”.

    Há suavidade em sua escrita, mas também há a segurança de quem modela e alinha as palavras, que esculpe e talha. “Há um deus que/me persegue/com a morte no calcanhar/numa esquina qualquer/desiste/sem curvar a espinha/ao medo/me deixa passar/cede minha vez/a outro deus/ (ou me ama?)”.

    O livro está dividido em quatro partes: Da costela do afeto, Caroço do Sol, Centauro e As Corujas de Minerva.  Nestas, vamos sendo descalçados por vários sóis diferentes, que nos revelam a força das coisas, a melancolia, o tempo, a luz e a escuridão. É um livro para sentir, muito mais que ler, para aquecer dias e noites, com o calor e a luz da poesia.



    Humano

    Tenho tido tão pouco ódio
    que chego a ter medo
    de não estar sendo
    o mais humano que posso.


    Sobre o autor:

    Eduardo Rosal (Rio de Janeiro, 1986) é poeta, ensaísta professor, artista plástico e tradutor. Mestre e Doutor em Teoria Literária pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), com período de doutorado sanduíche na Université Nice Sophia Antipolis (UNS, França). "O sol vinha descalço" é seu livro de estreia e foi vencedor do Prêmio Maraã de Poesia (2015).

    Este livro foi gentilmente cedido em parceria pela Oasys Cultural

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