Morte Invisível, Lene Kaaberbol e Agnete Friis
Por Adriana Medeiros
Título Original: Et Stille ucerklight drab
Título: Morte
Invisível
Autoras: Lene
Kaaberbol e Agnete Friis
Editora Arqueiro
Tradução: Marcelo
Mendes
Número de págs: 318
Sinopse:
Em meio às ruínas de
um hospital militar soviético no norte da Hungria, Pitkin e Tamás procuram
antigos suprimentos e armas que possam vender no mercado negro, até que acabam
encontrando algo mais valioso do que poderiam imaginar.
Ali está a esperança
dos meninos ciganos de deixar a pobreza, de quitar as dívidas da família, quem
sabe de se livrar um pouco do preconceito que sofre o seu povo. Porém, suas
boas intenções podem provocar a morte de um número alarmante de pessoas.
“Em que ponto
exatamente ele tinha perdido as rédeas da própria vida?
Talvez nunca as
houvesse tido. Talvez o livre-arbítrio não fosse mais que uma grande ilusão, o
maior engodo de todos os tempos.”
Oi, gente,
Morte
Invisível é sequência do livro O Menino da Mala, já
resenhado aqui, e que tem como protagonista a enfermeira heroína Nina Borg.
Fiquem tranquilos, não teremos spoilers!!! Até porque as histórias podem ser lidas
independentemente e fora da ordem sem prejudicar o entendimento de nenhuma
delas.
O livro inicia a
história nos apresentando o conflito que existe entre húngaros e ciganos. Os
húngaros não aceitam a presença do povo cigano em seu território principalmente
por achar que os romani acentuam a condição de desemprego e miséria no país.
Vamos conhecer Sándor, cigano, estudante de Direito, que mora na Hungria e que
se verá envolvido em um grande suspense por causa da descoberta do seu irmão
Tamás.
Pitkin e Tamás
invadem as ruínas de um hospital abandonado na esperança de encontrar algo de
valor para vender e são bem sucedidos. Tamás então vai até a Hungria, usando o
passaporte do irmão, para encontrar com um comprador misterioso e conseguir o
dinheiro que será capaz de tirar toda a sua família do estado de extrema
pobreza em que vivem.
Nesse meio tempo, Nina
será chamada a atender um grupo de ciganos que estão ilegalmente no país, cujos
filhos estão muito doentes. Se você não leu O menino da mala, vai descobrir que
ela faz parte de uma rede que une pessoas voluntárias capazes de ajudar
imigrantes ilegais, o que é motivo de brigas homéricas entre ela, o marido e a
filha. Na verdade, Nina prometeu que se manteria afastada dessas situações pois
a última vez em que ajudou alguém quase perdeu a vida.
Alternado as duas
histórias, o livro segue mostrando que Sándor terá que ir em busca de Tamás
para manter a sua família em segurança. Nessa busca, Sándor será levado a uma
oficina, a mesma em que Nina estará ajudando crianças ciganas que são
portadoras de uma doença muito estranha. Uma vez contaminada, Nina será a ponte
para descobrir que a doença é causada por um alto grau de radioatividade, o que
servira como pista para a polícia começar a encaixar as peças.
As autoras alternam
os capítulos com a visão de cada um dos personagens, o que nos traz uma visão
fiel do que está acontecendo. Novamente tratando de temas polêmicos, acho que é
isso que torna o livro tão interessante. Afinal prender um leitor em um
suspense de qualidade falando de temas como racismo, preconceito, prostituição,
economia, dramas de família não é muito fácil.
Só achei que a nossa
protagonista ficou meio apagada nessa história, Nina não é mais a mulher forte,
cheia de inciativa do primeiro livro, está mais comedida, mais racional devido
aos conflitos familiares. O que torna a história, em alguns momentos, um tanto
quanto morosa. Quem rouba a cena mesmo é o Sándor.
Capa
interessantíssima, foi o que me chamou a atenção de imediato. Diagramação de
qualidade e uma história fantástica. Parabéns, mais uma vez, à Arqueiro!!!
Recomendo!!
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