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  • O Começo do Adeus, Anne Tyler


    O Começo do Adeus é uma história interessante sobre como lidamos com esta entidade misteriosa que é a morte. Principalmente quando se trata da morte de um ser amado, como um companheiro ou companheira. Cada pessoa reage a este sentimento de perda de forma diferente, mas ele sempre vem imbuído de transformações sobre nós mesmos e sobre de que forma operamos o mundo ao nosso redor. Assim é a história de Aaron, um homem de 36 anos que trabalha em uma editora da família com  livros nada interessantes e que vê o seu mundo ruir quando uma fatalidade – uma árvore cai em sua casa – leva embora a sua esposa, Dorothy.

    Dorothy e Aaron não são o que podemos chamar de um casal apaixonado. Nem são os personagens lindos e exuberantes com os quais estamos acostumados a ver nos livros. São pessoas comuns, com defeitos e limitações que se amparam em suas fraquezas e acho que é justamente aí que reside o sentimento que os une. Aaron é tímido, calado, orgulhoso e muitas vezes mal-humorado. Possui uma pequena deficiência na perna e devido a isto, teme que as pessoas sintam pena dele. Acostumou-se durante toda a sua infância aos excessos de zelo e superproteção de sua irmã mais velha, Nandina. E detestava precisar ou parecer dependente.

    A morte de Dorothy cai sobre a vida de Aaron com uma força tão devastadora quanto a  da árvore que provocou o acidente. Dorothy era acima de tudo a sua companheira, apesar de ser metódica, pouco feminina e dedicada demais ao trabalho. A solidão e o descompasso de sua rotina, associados ao assédio contínuo de amigos e vizinhos tentando ajuda-lo o deixam cada vez mais angustiado e triste. Sem saber direito o que fazer ou qual rumo dar à sua vida nesse momento,  sua grande válvula de escape é o trabalho, onde tenta vencer os dias que passam cada vez mais morosos e sufocantes.

    Em meio às tentativas de soerguer-se,  Aaron começa a ver Dorothy e a conversar com ela. No começo ele até pensa estar louco, mas a presença dela é viva e nítida, assim como os diálogos que travam. Esta Dorothy que aparece em suas visões é bem diferente da outra e possibilita a Aaron um encontro consigo mesmo e uma reflexão sobre a sua vida a partir da sua perda. Penso que talvez os diálogos travados com Dorothy fossem diálogos travados com ele mesmo, numa tentativa inteligente de autopreservação. A partir das descobertas que faz diálogo especular, Aaron consegue  vencer a tristeza e lidar com a dor da perda, colocando a sua vida adiante e tentando ser feliz a partir das oportunidades que a vida põe á sua frente.

    A história é bastante interessante e o enfoque sobre o luto é bem trabalhado, contudo a autora não conseguiu passar o sentimento que se propõe em sua narrativa. O desfecho da trama ocorre de forma muito rápida e parece que não faz parte do livro e sim, que estamos lendo um adendo ou um capítulo de outro livro. Ficou desconexo, como se ela tivesse apressada para terminar, ou algo do gênero. Apesar disso, é uma boa narrativa sobre perdas e uma história que mostra uma relação de amor bem incomum, mas real. Um amor de sustentação e companheirismo, pouco visto nos livros em que lemos. 

    4 comentários :

    1. A maioria das resenhas que li foram negativas em relação a esse livro, mas mesmo assim, pretendo lê-lo.

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    2. O livro não é de todo ruim, a autora escreve muito bem mas nesta obra, em particular, ela se perdeu no final. O melhor mesmo é que você leia para que tire as suas próprias conclusões. Bjos!

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    3. Eu tenho esse livro aqui em casa, mas ando lendo muitas resenhas negativas sobre ele e to enrolando KKKKK Espero gostar quando eu ler :]

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    4. Já vi muitas resenhas negativas também, mas tenho interesse em ler esse livro, porque o começo do Adeus em nossas vidas é sempre muito difícil.
      Bjks

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