• Home
  • /
  • Sobre
  • /
  • Blogs Parceiros
  • /
  • Resenhas
  • /
  • Contato
  • Arco de Virar Réu, Antonio Cestaro

    Olá amigos leitores! Tudo bem com vocês? Como foram de feriadão? Depois de algum tempo sem passar por aqui, hoje trago a resenha de um livro delicado e poético, que adorei ler. Estou falando de Arco de Virar Réu, de Antonio Cestaro, da Editora Tordesilhas. O tema que Cestaro traz não poderia ser mais atual e importante que é sobre a doença mental, em particular, a esquizofrenia. Vamos conhecer um pouco da história?

    O romance é todo narrado em primeira pessoa, onde o protagonista, um homem de meia idade e antropólogo, apresenta inicialmente a sua família e a sua relação com a esquizofrenia. Com a separação dos pais, o narrador precisa se responsabilizar e cuidar da mãe, Dona Tereza, de Clara, sua irmã e de Pedro, que cada vez mais diferente e arredio demonstra claramente os primeiros sinais de uma esquizofrenia. O narrador acompanha a evolução da esquizofrenia do irmão, suas crises, seu cotidiano no hospital, mas essencialmente, sua linguagem desordenada, com o foco numa temática bélica, que orienta todo o seu discurso.

    A partir da constatação dessa linguagem, e de tentar buscar uma lógica nas elucubrações trazidas pelo irmão, ele percebe que também está enlouquecendo. Toda esse caminhar da narrativa é mostrado em sua morfologia. Não há como ter certeza do que é real ou não, pois as pistas que o narrador nos traz são os reflexos da deterioração da sua mente pela doença, através de uma linguagem embotada e labiríntica, onde a temática são os índios tupinambás, objeto de seu estudo acadêmico como antropólogo.

    O trabalho de Cestaro nesse romance é primoroso por causa do manejo que ela faz com a linguagem. Através dela percebemos o distanciamento do personagem da chamada “realidade”, ao mesmo tempo em que a sua narração, ainda que confusa, embotada pela névoa da doença, é carregada de poesia e delicadeza em suas descrições, que nos interrogam e nos absorvem à procura do que seria realmente tangível.

    O autor não pretende em sua narrativa falar sobre a doença em si, em trazê-la de forma denotativa ou algo do tipo. A incursão em Arco de Virar Réu é uma experiência de linguagem e de poesia, que traduz de uma forma em diferente e muito profícua esta relação tão conturbada e nebulosa entre sanidade e loucura. 

    Confiram a entrevista, onde o autor fala um pouco mais sobre o livro.




    2 comentários :

    1. Oi, Mara.
      Apesar de ter visto muitas fotos desse livro por aí, nunca tinha parado para ver do que se tratava. Parece interessante. Pensando em incluir na lista.
      Adorei o visual novo do blog.
      beijos!

      ResponderExcluir
      Respostas
      1. Oi Jen! Coisa boa ver você por aqui! Esse livro é muito bom, pelo menos eu gostei da proposta dele. Espero que curta também. Beijos!

        Excluir

    Sua opinião para mim é muito importante! Deixe o seu comentário!