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  • A Comédia Mundana, Luiz Biajoni

    Sinopse: As três novelas de A Comédia Mundana começam da mesma maneira: alguém vai operar. As personagens de Biajoni, que são dignas do melhor Bukowski, operam em nós da mesma maneira que as personagens nos romances de Henry Miller (mas como se fossem escritos por um Chandler brasileiro): expondo-se, abertas, em carne viva, como a ferida humana, carregadas de momentos viscerais e hilariantes. João Tordo, autor de "Biografia Involuntária dos Amantes".
    A Comédia Mundana é um susto no bom sentido. Intrigante, divertido, obsceno. Você tem que ler para depois poder dizer: há um antes e um depois deste livro. Edson Athayde, autor de "Jonas Vai Morrer".
    A escrita de Biajoni tem o vigor de nossos impulsos mais inconfessáveis: o tesão vira estilo literário e o sexo um exercício provocador e muito divertido. Juan Pablo Vilallobos, autor de "Festa no Covil"



    A Comédia Mundana, de Luiz Biajoni, reúne três novelas policiais "sacanas", como consta em sua própria apresentação. São três histórias únicas, mas que se entrelaçam, e que mostram a realidade nua e crua de uma cidade do interior de São Paulo, onde violência, sexo e poder se encontram em um só lugar. Os personagens se interconectam ao longo das três histórias e em todas o começo é o mesmo:  alguém vai operar. 

    Esta operação é a chave de mudança do personagem e provocará além da mudança física, também uma mudança em sua vida. Na primeira novela, "Sexo An*l", por exemplo, primeira das três novelas do livro, uma operação de hemorroidas põe a jornalista Virgínia em um complicado triângulo amoroso que irá definir drasticamente a sua vida. Na novela “B*ceta”, um romance homossexual tem a possibilidade de se tornar uma história de amor real a partir da mudança de sexo de um dos personagens.  Já em “B*quete”, a personagem Carol vê na operação de restituição de sua virgindade a oportunidade de garantir um futuro tranquilo em um  casamento de conveniências. 

    Dentro destas três novelas, o tempo e os personagens se encontram. Carol, por exemplo, personagem da terceira novela, é filha de Virgínia, protagonista da primeira novela e entre as novelas há um espaço de aproximadamente 20 anos. Presente nas três narrativas, merece destaque o repórter policial Geraldo Assis.  No decorrer das três narrativas podemos acompanhar a sua história , sua ascensão e sua queda, bem como as perdas pessoais e tragédias que ele terá que vencer. 

    Geraldo apresenta-se como uma espécie de anti-herói. Apesar de ser bem conceituado diante da população local, ele não é bem o que se pode chamar de santo. Repórter de um jornal sensacionalista, explora a miséria e a violência presentes na sua realidade.  Geraldo também cometeu alguns crimes no passado. E, dotado de um espírito justiceiro, é adepto da "justiça com as próprias mãos", sendo comum para ele agredir e humilhar os criminosos. 

    Em tempos de "romances eróticos", apimentados de cenas de sexo, Biajoni não traz em sua narrativa o sexo como uma ferramenta apelativa ou como o tônico basilar de suas histórias. Para o autor, o sexo é cotidiano, corriqueiro, intrínseco na vida dos personagens. É através do sexo que personagens se apresentam e revelam seus medos, desejos, traumas e segredos. O sexo é multifacetado e polimorfo. Usado como forma de humilhação, manipulação ou até mesmo de dominação. 

    A narrativa de Biajoni é simples, fluida, coloquial. E apesar do livro ter mais de 500 páginas, você não consegue parar de ler , pois é envolvente e viciante. Linguagem direta, sem floreios, sem palavreados difíceis. É uma linguagem do cotidiano, uma linguagem real e que te aproxima da história e muito mais ainda dos personagens. Não se pode esquecer do humor. Presente em todas as três narrativas, o aperitivo trazido pelo autor atenua a a crueza e a crueldade da vida dos personagens. 

    O projeto gráfico do livro está excelente, com boa diagramação, fonte adequada e que facilita a leitura e papel pólen de ótima qualidade. A capa desta versão portuguesa  traz uma pintura do artista de street-art Fernando Pimentel. A capa é uma imagem de um muro pintado pelo artista na cidade de Limeira, no interior do estado de São Paulo. 

    Um pouco mais sobre o autor: 

    Luiz Biajoni nasceu em Americana, no interior do Estado de São Paulo. Aos dezenove anos, iniciou sua carreira no rádio. Entre os anos de 1989 e 1993, trabalhou na implantação de uma das primeiras emissoras de TV local comunitária da América Latina, na cidade de Americana. 

    Já em Limeira, participou da fundação da TV Jornal (Limeira), considerada uma das redes locais mais ativas de São Paulo. Também atuou em campanhas políticas, dirigindo programas exibidos no horário eleitoral. 

    Em 2001, o jornalista comandou o site Tiro&Queda, já desativado, uma experiência pioneira no jornalismo on-line local. Já em 2002, Biajoni fundou a OSCIP Instituto Macuco, que realiza projetos culturais e de conscientização ambiental. Biajoni é  casado e tem três filhos. Atualmente trabalha com jornalismo e assessoria de comunicação. 


    Obras:

    Sexo An*l - Uma Novela Marrom - romance - Editora OsViraLata, 2005;
    B*ceta - Uma Novela Cor-de-rosa - romance - Editora OsViraLata, 2006;
    Virgínia Berlim - Uma Experiência - romance - Editora OsViraLata, 2007;
    Elvis e Madona - Uma Novela Lilás - romance - Editora Língua Geral, 2010;
    A Comédia Mundana - coletânea que inclui Sexo An*l - Uma Novela Marrom, B*ceta - Uma Novela Cor-de-rosa e o inédito B*quete - Uma Novela Vermelha - Editora Língua Geral, 2013.
    A Viagem de James Amaro, Editora Língua Geral, 2015. (a ser lançado). 

    Contatos com Luiz Biajoni podem ser feitos através do e-mail biajoni@gmail.com

    P.S: Este livro foi gentimente cedido para resenha pela Chiado Editora, parceira do blog. 


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