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  • Conversa Kids #4: Minhas Contas, Luiz Antonio

    Olá amigos leitores, tudo bem? Espero que sim! Vamos então a mais um Conversa Kids e desta vez com um livro maravilhindo!


    Gosto muito de Literatura Infantil e me surpreendo a cada dia com a qualidade das publicações da Cosac Naify. Não, eu não tenho parceria com esta editora (quem me dera!) e não ganho nada com isso (a não ser os meus 40% de desconto de professora), mas preciso elogiar as obras e o carinho e zelo com que as publicações infantis e infanto-juvenis são feitas. Não foi diferente com Minhas Contas, de Luiz Antonio.  

    Comprei este livro muito mais para os meus alunos do que para mim, pois comprei com intenções de realizar um projeto visando a aplicabilidade da Lei 10.639/03, que versa sobre a obrigatoriedade do ensino de História da África e Afrobrasileira na Educação Básica. Sinto que as crianças desde pequenas começam a vomitar a intolerância religiosa aprendida com os adultos  e a literatura é um bom modo de lidar com isso, questionando valores religiosos e aprendendo o respeito ao outro e à sua fé. Sou cristã, o candomblé não é a minha fé, mas devo concordar que o candomblé é uma religião que sofre muita discriminação e isso tem a ver não apenas com fé, mas com preconceito. Mas deixemos de mimimi e vamos à história.

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    Pedro e Nei são dois amiguinhos inseparáveis. Conhecidos como “os furacõezinhos”, estão sempre juntos em várias travessuras. Um dia, Pedro conta a  Nei que sua mãe o proibiu de brincar com ele e de frequentar a sua casa porque ele usa colares de contas. “Ele usa aquelas coisas no pescoço, coisa de macumbeiro. Tá proibido de entrar aqui em casa!”. Depois do susto e da tristeza gerada pela falta do amigo, Nei começa a refletir sobre a sua identidade. “E se a mãe de Pedro estiver mesmo certa?”.  Diante do peso do preconceito, Nei sente vontade de negar a sua ancestralidade e até pensa em jogar fora os seus colares de contas. Contudo, sua avó, representação do peso e vigor do ancestral trazido pelo candomblé, lhe mostra um pouco sobre suas raízes.

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    O livro é uma obra de arte. Ricamente ilustrado por Daniel Kondo, traz as cores vivas do candomblé e uma diagramação belíssima, com orelhas enormes, tudo muito bem feito, como já é de costume da Cosac. O livro é simples e direto, chega no ponto com uma linguagem fácil para a criança e trata com muita delicadeza e cuidado um tema que a cada dia permeia mais o nosso cotidiano que é a intolerância religiosa. Com a quarta capa assinada por Heloisa Prietto, Minhas Contas é o que eu chamo de livro de criança para adulto ler. Recomendo muito! 



    Um pouco mais sobre os autores:

    Luiz Antonio nasceu em 1976, na cidade de São Paulo. Trabalha todos os dias com a palavra, seja escrevendo livros, artigos, roteiros ou atuando como educador, incentivando a leitura. Também conhece a força da palavra na cultura oral, por meio da capoeira, e na cultura popular, junto aos velhos mestres. Não é um estudioso da cultura afro-brasileira, vive ela no seu dia a dia. Teve seu primeiro livro, Minhas contas (2008), ilustrado por Daniel Kondo, publicado pela Cosac Naify, sendo indicado ao Prêmio Jabuti. Conheceu e conhece centenas de princesas que não sabem que são princesas. Crianças e adolescentes de todas as classes que nunca ouviram falar de Mãe Menininha do Gantois, Clementina de Jesus ou Ruth de Souza.





    Daniel Kondo nasceu em Passo Fundo (RS), em 1971, mas mora atualmente em São Paulo. Iniciou sua carreira de ilustrador na publicidade. Pela Cosac Naify, publicou o livro-imagem Tchibum!, com concepção do nadador Gustavo Borges, Minhas contas, de Luiz Antonio, e Surfando na Marquise, com texto de Paulo Bloise, que integra a coleção Ópera Urbana.

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