Mar da Tranquilidade, Katja Millay
Sinopse: Nastya Kashnikov foi privada daquilo que mais amava e
perdeu sua voz e a própria identidade. Agora, dois anos e meio depois, ela se
muda para outra cidade, determinada a manter seu passado em segredo e a não
deixar ninguém se aproximar. Mas seus planos vão por água abaixo quando
encontra um garoto que parece tão antissocial quanto ela. É como se Josh
Bennett tivesse um campo de força ao seu redor. Ninguém se aproxima dele, e
isso faz com que Nastya fique intrigada, inexplicavelmente atraída por ele. A
história de Josh não é segredo para ninguém. Todas as pessoas que ele amou
foram arrancadas prematuramente de sua vida. Agora, aos 17 anos, não restou
ninguém. Quando o seu nome é sinônimo de morte, é natural que todos o deixem em
paz. Todos menos seu melhor amigo e Nastya, que aos poucos vai se introduzindo
em todos os aspectos de sua vida. À medida que a inegável atração entre os dois
fica mais forte, Josh começa a questionar se algum dia descobrirá os segredos
que Nastya esconde - ou se é isso mesmo que ele quer.
A primeira coisa que me chamou atenção
neste livro foi a capa. Sei que não devemos julgar um livro pela capa, mas a
capa de Mar da Tranquilidade é linda e um evoca uma certa ambiguidade e
mistério que faz com que sintamos vontade de conhecer a história que se esconde
por trás dela. Não ficou por ai. O livro me encantou com uma história forte,
bem entrelaçada e com personagens muito bem construídos, que vão se mostrando e
nos encantando a cada página que lemos. Mas vamos à história!
Em Mar da Tranquilidade
conhecemos Nastya Kashnikov, uma garota que, aos 15 anos passou por uma grande tragédia
em sua vida. As sequelas foram desastrosas, dentre várias, ela perdeu a
habilidade de tocar piano. É como se fosse arrancada a vida que emana dentro
ela, agora ela se sente um pouco morta e completamente vazia. Dois anos depois, decidida a recomeçar, ela se
muda para outra cidade e vai morar com a sua tia Margot. Ela pretende manter
seu passado em segredo e se isola, deixando de falar com as pessoas.
“Até que morrer não é tão ruim assim depois que já aconteceu uma vez. E
eu já morri. Não tenho mais medo da morte. Tenho medo de todo o resto".
Tudo começa a mudar quando, no
primeiro dia de aula, Nastya conhece alguém que desperta a sua atenção. Assim,
como ela, Josh Bennet se isola. É como se repelisse todas as pessoas à sua
volta. Josh também conhece a dor e a tragédia. Sabe o peso e preço de se perder
a quem se ama. Ele perdeu a mãe a a irmã em um acidente de carro, quando era
ainda muito jovem. Seu pai era marceneiro e Josh, por conta disso, é
simplesmente apaixonado por marcenaria. Adora
construir e aprimorar móveis. Anos mais tarde,
seu pai falece e Josh fica sozinho, apenas com o avô, restante de sua família.
Por serem tão próximos em suas
dores e solidões, a presença de um aguça a curiosidade do outro e numa de suas
corridas noturnas, Nastya acaba se perdendo e vai parar justo aonde? Na porta
da casa de Josh. A partir deste encontro, os dois vão se mostrando e começa a
crescer uma atração, ao mesmo tempo em que Josh vai tentando desvendar o
misterioso mundo de Nastya.
A narrativa é intercalada com o
ponto de vista dos dois, o que é bom, pois nos dá uma visão panorâmica de como
a relação se estabelece. Os personagens são bem construídos e a autora expressa
com maestria os seus sentimentos (dos personagens), de modo que a leitura é
intensa e deixa-nos, por muitas vezes, com o coração na mão. É uma narrativa
envolvente e fluida, bem estruturada e que traz na medida certa, romance, drama
e leves pitadas de humor, fazendo com a que esta leitura seja mais do que
prazerosa. Amei a história e o modo como vamos desvendando os personagens e dividindo
suas dores, suas alegrias e sua esperança.
Recomendo!
P.S: Este livro foi gentilmente cedido para resenha pela editora parceira Arqueiro.
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