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  • Para onde ela foi, Gayle Forman

    Por Adriana Medeiros 


    Título: Para Onde Ela Foi

    Título Original: Where She Went

    Autora: Gayle Forman

    Grupo Editorial: Novo Conceito

    Gênero: Romance, Drama
    Sinopse:
    Meu primeiro impulso não é agarrá-la nem beijá-la. Eu só quero tocar sua bochecha, ainda corada pela apresentação desta noite. Eu quero atravessar o espaço que nos separa, medido em passos não em milhas, não em continentes, não em anos, e acariciar seu rosto com um dedo calejado. Mas eu não posso tocá-la. Esse é um privilégio que me foi tirado. Com a mesma força dramática de Se Eu Ficar, agora pela voz de Adam, Para Onde Ela Foi expõe o desalento da perda, a promessa da esperança e a chama do amor que renasce.

    Para onde ela foi é a continuação do romance Se eu ficar, já resenhado aqui no blog e que virou filme. A história se passa três anos após o acidente que matou os pais e o irmão de Mia e devastou a vida de Adam, seu namorado.

    Como o primeiro livro foi todo narrado por Mia, agora vamos conhecer os pontos de vista e sentimentos mais íntimos de Adam, pois ele será o narrador da história agora. Vamos encontrá-lo já um astro do rock consagrado com a sua banda Shooting Star, em Los Angeles. Com direito a tudo o que um astro pop podem ter: ele ficou famoso, mal pode andar pelas ruas sem ser reconhecido, mora com uma famosa atriz de Hollywood, vende milhões de cds, está nas capas das revistas e tabloides de todo o mundo, tem síndrome de crises de pânico quando é cercado por multidões e toma antidepressivos. Ah, e continua lindo!!!!!!

    “Agitado é como eu me sinto normalmente. Eu me acostumei a ficar agitado. Mas, desde que começou a nossa turnê com três shows no Madison Square Garden, tenho me sentido outra pessoa. Como se estivesse prestes a ser sugado por algo poderoso e doloroso. Vorticificado.”

    Mia foi para a Juilliard e é um talento em ascensão, conseguiu superar todos os problemas físicos em decorrência do acidente e passou a tocar melhor do que nunca!

    Mas, depois de tudo o que viveram por causa do acidente de Mia, toda a entrega e dedicação de Adam, os dois não estão mais juntos, estão agora em lados opostos do planeta vivendo as suas carreiras.

    Como o livro é narrado pelo Adam, vamos acompanhar mais de perto essa sua trajetória, tudo o que aconteceu desde que Mia resolveu ir para a Juilliard e deixá-lo, como aconteceu a ascensão da Shooting Star, a explosão do principal cd da banda, Collateral Damage, que é quase um diário de todo o sofrimento e solidão que Adam sentiu. Como não se apaixonar por esse personagem tão doce e romântico? Quem souber, me conte! Adam está devastado pela ausência notícias, telefonemas e visitas de Mia, e tudo isso se reflete em seu comportamento praticamente autodestrutivo. Ah, como não odiar Mia? Vai saber...

    “Nunca disse a Mia o quanto a perda de Teddy me afetou quando estávamos juntos, então não há maneira de que eu vá lhe dizer agora. Eu perdi o meu direito de discutir essas coisas. Eu renunciei – ou fui dispensado – de meu lugar na mesa da família Hall.”

    Mas nada foi muito fácil para Mia, não é? E Forman vai nos convencer (pelo menos, convenceu a mim!) de que Mia não fez tudo isso apenas porque é uma menina cruel. Em uma bela noite em Nova York, Adam acidentalmente descobre que Mia está se apresentando e resolver ir ver. Claro que o destino não está dormindo no ponto e faz a sua parte: ela o vê na plateia e o convida para encontrá-la no camarim.

    “Meu primeiro impulso não é agarrá-la, beijá-la ou gritar com ela. Só quero tocar seu rosto, ainda corado pela performance de hoje. Quero diminuir o espaço que nos separa, medido em passos – não em quilômetros, não em continentes, não em anos – e colocar meus dedos calejados no seu rosto. Quero tocá-la e me certificar de que é realmente ela, não um desses sonhos que tive com tanta frequência desde que ela partiu, quando eu a via tão claro como o dia, estava pronto para beijá-la ou levá-la comigo, e depois acordava com Mia fora do alcance.”

    A narrativa densa desse reencontro é uma das histórias românticas mais lindas que eu já li. Os dois lá, cada um com suas mágoas, seus segredos e sentimentos guardados por quase três anos, vivendo vidas opostas, em locais opostos, com uma única coisa que os mantém ligados até o presente: o amor que os dois começaram a sentir um pelo outro no tempo de escola e que nunca deixou de existir.

    “Não há pele suficiente, saliva suficiente, tempo suficiente para os anos perdidos que nossos lábios estão tentando compensar enquanto encontram um ao outro. Nos beijamos. A corrente elétrica vai ao máximo. Todas as luzes do Brooklyn devem estar piscando.”

    A edição está linda, cada início de capítulo tem um trecho de uma música do Adam (Me pergunto de onde vieram essas letras...). Sem contar as marcas d’água com símbolos musicais. Diagramação impecável e revisão em ordem, a Novo Conceito está de parabéns!

    F A N T Á S T I C O !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

    Essa é a única palavra que chega perto de descrever o que é esse livro!!!! Se você leu Se eu ficar e gostou, se prepare, você não conseguirá largar esse livro! Mas se você tem o coração doce, tome cuidado: lágrimas serão muito mais inevitáveis.

    Se eu ficar não foi um livro que me levou às lágrimas pelo romance de Adam e Mia, mas sim pelo que suas famílias e amigos viveram em relação ao trauma de uma perda. Mas Para onde ela foi é diferente, ele é só romance, e não só as coisas doces e boas do romance, mas todo o lado dramático e denso que o acompanha. É um livro que fala de perda, sim, mas com a promessa de um futuro lindo de um amor que renasce.


    Vale muito à pena!!!!

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