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  • O doador de memórias, Lois Lowry

    Imagine uma sociedade perfeita. Sem dor, sem violência,  sem fome. Tudo controlado e metodicamente vigiado. Uma sociedade construída na era da “Mesmice”. Sem cor, sem música, sem livros... Ah, imagina, sem livros?! Ainda assim a população vive feliz e sem memórias do que foi o mundo com sentimentos e cor. Não se lembram de nada e até as palavras, o vocabulário,  é altamente controlado. Apenas um único homem é o responsável por guardar essas memórias. Sem ele, a sociedade,  tão perfeita, enfrentaria um caos, pois não conhece esses sentimentos e não sabe como distingui-los. O Doador vive sozinho, perdido nestas lembranças. Só que ele já está velho e cansado e em breve será “dispensado” e por isso precisa passar estas lembranças para alguém.

    Neste novo mundo, as profissões também são escolhidas pelo Governo, baseadas nas aptidões que cada indivíduo possui. Aos 12 anos ocorre uma cerimônia onde é proclamado publicamente o que cada pessoa será e a partir daí ela começa a se preparar para desempenhar a sua nova função nesta comunidade. É neste cenário que conhecemos Jonas, nosso protagonista mais que fofo, que também espera ansioso para saber qual será a sua qualificação. Para sua surpresa, Jonas é escolhido para ser o novo recebedor de memórias e tomar o lugar do Doador. Jonas foi informado do treinamento difícil que terá a partir daquele momento, mas não foi informado sobre o que o esperaria depois que as memórias começassem a serem doadas. Ele descobre que junto com as memórias agradáveis é preciso receber também as piores possíveis. Ele sente na pele coisas que nunca tinha imaginado existirem em seu mundo, como dor, violência, fome e sim, descobre o que é a morte.

    A cada encontro com o Doador, Jonas começa a estreitar os laços e aí se desenvolve uma bela amizade. Jonas começa a questionar muitas coisas e a fazer descobertas incríveis – e terríveis. E ao passo que vai recebendo as memórias ele começa a questionar o mundo em que vive, seu governo e as ações das pessoas. Uma angustia começa a se apoderar dele e a certeza de que aquela não é a melhor opção para se viver. A partir daí e com a ajuda do Doador, Jonas resolve fugir e se arrisca tentando buscar informações longe dali, com a esperança de encontrar respostas para as suas perguntas.

    O livro é uma delícia! Extremamente envolvente, a história nos prende e é quase impossível de larga-lo. O livro é curto e ao, que me parece, ele faz parte de uma quadrilogia. Acredito que a Arqueiro irá lançar os outros volumes aqui no Brasil. Por isso, o livro nos deixa com aquele gostinho de quero mais!

    Lois Lowry  é uma autora que nos arrebata para o mundo de Jonas e a maneira como escreve, com delicadeza e ao mesmo tempo objetividade, faz com que possamos mergulhar no mundo de Jonas e acompanhar com ele todas as sensações diferentes e emoções que ele vive.  Ao mesmo tempo, ela semeia a dúvida e as interrogações do autor e nos deixa assim, com esse ar de dúvida também, à espera do próximo livro. Embora o livro seja centrado na figura de Jonas e do Doador, os personagens secundários também são caracterizados de forma bem interessante e são cruciais para compreendermos como aquele mundo é organizado e como eles influenciam a vida de Jonas.

    O livro foi adaptado para o cinema com direção de Phillip Noyce e produzido pela Walden Media. O filme é estrelado por Brenton Thwaites, Meryl Streep, Jeff Bridges e Taylor Swift. Estreou nos cinemas dos Estados Unidos no dia 14 de agosto e no Brasil, no dia 11 de setembro. Eu ainda não assisti, mas quero ver esta história nas telonas. Embora eu sempre prefira o livro, vale a pena conferir o filme também.  Confira abaixo o trailer do filme.





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